Acolher com humanidade: uma resposta urgente ao abandono de idosos e adultos com deficiências diversas

Conheça como o acolhimento humanizado transforma a vida de idosos e adultos com deficiências diversas em situação de abandono e vulnerabilidade.

Acolher com humanidade é mais do que oferecer um teto ou atendimento básico. É reconhecer a dignidade de cada pessoa, sua trajetória, seus afetos e suas necessidades específicas. O acolhimento humanizado pressupõe escuta ativa, respeito à autonomia, cuidado individualizado e vínculos afetivos. Ele é um direito humano e uma prática essencial, especialmente para quem enfrenta o abandono e a exclusão.

Na Associação Santa Luzia de Governador Valadares, esse princípio é o coração do trabalho. Fundada em 1965, com raízes no gesto visionário de um homem com deficiência visual que decidiu acolher outros em situação semelhante, a instituição nasceu da solidariedade e cresceu com o propósito firme: acolhimento humanizado.

O abandono invisível: realidade de idosos e pessoas com deficiência

O Brasil vive um processo acelerado de envelhecimento. Segundo o IBGE, em 2019 havia mais de 30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, número que deve dobrar até 2050. Paralelamente, cresce a população com deficiência, são mais de 18 milhões de brasileiros, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.

A realidade do abandono dessas populações é muitas vezes invisível. Idosos institucionalizados, acamados, sem rede familiar ou social, e pessoas com deficiência deixadas à própria sorte enfrentam um ciclo cruel de negligência, violência e invisibilidade. A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e o Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003) garantem direitos como saúde, moradia, assistência e convivência familiar e comunitária, mas sua efetivação está longe da realidade de muitos.

Impactos do abandono na saúde e na vida

O abandono tem impactos devastadores. Nos idosos, ele acentua a perda de autonomia, fragiliza a saúde mental, agrava doenças crônicas e aumenta o risco de hospitalizações e morte precoce (Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa). Nas pessoas com deficiência, especialmente aquelas com deficiência múltipla, intelectual ou psicossocial, a ausência de cuidado gera risco de violência, regressão de capacidades adquiridas, isolamento extremo e sofrimento psíquico (Guia para Familiares – Cuidado à Pessoa com Deficiência).

Além disso, o abandono social muitas vezes se soma à pobreza e à falta de acesso à saúde, como mostram os dados da Associação Santa Luzia: a instituição cuida de 71 pessoas residentes com graus variados de dependência, incluindo pessoas com transtornos mentais e outras deficiências diversas que já residiam na instituição antes da vigência do TAC/MP-MG, em 2021, instrumento que atualmente impede novos acolhimentos desse perfil. Essas pessoas demandam apoio físico intensivo e condições adequadasà estrutura atual da Associação Santa Luzia. 

Acolhimento humanizado como resposta ética e urgente

Diante desse cenário, o acolhimento humanizado não é apenas uma escolha ética, é uma urgência social. Trata-se de um modelo de cuidado que valoriza a singularidade de cada indivíduo, respeita sua história, estimula sua autonomia e oferece suporte físico, emocional e social de forma integral.

Esse modelo requer preparo técnico e sensibilidade afetiva. 

Segundo o Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa, o cuidado deve garantir respeito à privacidade, evitar a infantilização, estimular o autocuidado e promover vínculos de confiança entre quem cuida e quem é cuidado. No caso das pessoas com deficiência, o Guia para Familiares reforça a importância de reconhecer sua autonomia, incentivando a participação em atividades sociais, de lazer e religiosas, respeitando seus desejos e capacidades.

O modelo Santa Luzia: cuidado com propósito, estrutura e amor

A Associação Santa Luzia é um exemplo concreto e inspirador de acolhimento humanizado em ação. Sua atuação híbrida, entre saúde e assistência social, garante suporte completo a pessoas em situação de abandono e vulnerabilidade extrema. Os números falam por si:

  • 71 residentes acolhidos permanentemente;
  • 60 profissionais na equipe, incluindo cuidadores, enfermeiros, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico e assistente social;
  • 5 toneladas de alimentos consumidos por mês;
  • 450 kg de roupas lavadas por dia;
  • 250 fraldas trocadas diariamente;
  • Atendimento individualizado por grau de dependência: Grau I (autônomos), II (semi – dependentes) e III (totalmente dependentes).

Essa estrutura só é possível graças ao envolvimento da comunidade, às doações recorrentes e à dedicação de uma equipe comprometida com o propósito da organização: o acolhimento humanizado.

Acolhimento como compromisso coletivo: precisamos falar sobre isso

O cuidado com quem foi esquecido não pode ficar restrito a instituições filantrópicas. Acolher é uma responsabilidade social e coletiva. O investimento em estruturas de acolhimento humanizado fortalece o tecido social, diminui a sobrecarga do sistema de saúde e reforça valores fundamentais como a solidariedade e o respeito à vida.

Dar visibilidade à causa é essencial. Precisamos falar sobre o abandono e valorizar quem cuida. Precisamos reconhecer que acolher alguém com dignidade é construir um país mais justo e humano.

Como você pode fazer parte dessa mudança?

Transformar essa realidade está ao nosso alcance. Veja como se engajar com a causa da Santa Luzia:

  • Doe: a instituição é mantida por doações. Você pode contribuir via PIX (Chave: doar@santaluziavaladares.org)
  • Seja voluntário: tempo e habilidades são bem-vindos. Psicólogos, enfermeiros, cuidadores e até artistas podem contribuir.
  • Divulgue: compartilhe este conteúdo, apresente a Santa Luzia a amigos e empresas da sua região.
  • Engaje empresas: responsabilidade social empresarial pode fortalecer a causa com apoio contínuo, campanhas e eventos beneficentes.

Amar é acolher e acolher é transformar

Quando olhamos nos olhos de quem foi esquecido, encontramos o nosso compromisso mais profundo: cuidar, acolher, transformar. Acolher humanamente é reconhecer que a vida de cada pessoa importa, especialmente quando o mundo se esqueceu dela.

A história da Associação Santa Luzia mostra que, com estrutura, dedicação e amor, é possível oferecer dignidade onde antes havia abandono. Que esse exemplo inspire mais ações, mais apoios e mais olhares voltados a quem mais precisa.

Associação Santa Luzia 

#Amorqueacolhe



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